domingo, 28 de fevereiro de 2010

It´s me.


Parei de me culpar. Olhei bem pra mim, olhei pra você, nesse seu olho lindo de morrer, imaginei você no meu espelho e me deu uma vontade absurda de pular naquele espelho, arrancar a camisa dele, beijar a boca...aí eu vi que tava louca. Espelho não usa camisa, não tem boca, não é você. Ninguém é você. Meu coração pulou com essa descoberta. Bateu um vento e ele fez meu coração balançar e dizer que estava com frio e gritar para eu fechar uma janela. Só que ele não tem janelas, nem portas, nem nada. Lá só tem espaço para você.
Eu me senti perdida, confusa, atordoada, maluca, desesperada. Só queria uma coisa simples, comum, banal, aquilo que toda mulher quer: a verdade. Busquei ela dentro de mim: se você me amasse não agiria assim. Então eu resolvi abandonar você, vai doer, vou sofrer, vou beber, vou me acabar, vou incomodar meus amigos, vou passar noites em claro, mas preciso te deixar. Preciso conseguir arrancar os pedaços que você deixou em mim. Vou lembrar de você em cada música, em cada palavra, refrão, parágrafo, cor, espátula, pincel. Em cada dia, cada sonho, cada noite, cada madrugada, cada lembrança, cada lágrima. Não vou esquecer de você mesmo te odiando, tendo raiva, nojo, paixão, desamor, desprezo, amor. Em cada livro, cada banho de mar, cada frase, cada vez que eu respirar...vou lembrar. Minhas noites terão reticências na expectativa de você chegar.
Minha vontade agora é sumir. Chamar você. Me esconder. Ir até a sua casa e te beijar e dizer que te amo e que você é importante demais na minha vida para eu te abandonar. Sacudir você e dizer que você é um otário porque está me perdendo dessa maneira. Minha vontade é esquecer você. Apagar você da minha vida. Lembrar de você a cada manhã. Pensar em você para dormir melhor. Imaginar nossa vida juntos, naquela casa bonita com cachorros e com a sua filha correndo pela sala.
Então eu percebo: E minhas vontades são bipolares demais.

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