quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O que me pegou foi a risada.


Ela é única, e sincera. Acho que em todas as vezes, eu a ouvi com o coração aberto, e talvez por isso seja tão bonita. É assim: ele começa a rir alto, e vai fechando os olhos devagarinho enquanto joga a cabeça para trás. E mal desconfiava enquanto eu ria junto, nem que eu não achasse graça. Eu ria só porque achava tão lindo alguém rir dessa forma tão espontânea, tão singular como era a dele. E a voz das gargalhadas só me deixava pensar "meu Deus, que delícia saber que eu tenho ele na minha vida. Não me deixe nunca perder essa risada de vista". Então ele ia voltando a cabeça para frente e olhava bem dentro dos meus olhos, com o rosto ainda todo vermelho e achando a maior alegria em coisas idiotas que não tinham a menor graça. "O que tinha graça era a risada", eu queria explicar. "O que me fazia rir era ver você sorrindo daquela maneira tão honesta", era o que eu sempre quis lhe dizer. Mas aí ele ia perder o riso e ficar com vergonha de alguém louca como eu amar tanto aquela risada. Eu nunca disse, mas o que me pegou foi a risada.

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