As pessoas querem provocar, foder, maltratar, ensinar, desistir, recuperar, judiar, apertar, trair, enjoar, odiar, rasgar, largar, trocar, mudar, se ajudar. As pessoas querem, sobretudo, alguém que seja forte o suficiente pra transformar o sadismo do amor em perdão. Mas ela não sabia perdoar isso, ainda. Ainda que perdoasse sempre que conseguisse mandar embora. Então, agora, podia. Mas queria, um dia, amansar o amor que só é com o ódio de mil anos, queria sentir o amor que pode se esquecer um pouco do que é. O amor menor. Sentir o amor que não te sacode de horizontes confortáveis e fazem vomitar cada órgão. A inundação interna aterrando tudo. Quem é que dorme? Os burros. Pois então eu queria o amor dos burros. Amar como um pastel e só por isso, poder dizer “ah, durou coisa aí de uns quatro, cinco anos”. Queria sentir o amor que dorme ao lado, come, faz piada de banheiro. O amor menor. Dos casaizinhos que viajam para quartos pequenos de pousadas vagabundas e dividem cheiros de bosta em meio a declarações de uma vida inteira. O amor sem a arrogância do amor. Sem retirar o diamante que forma no fígado e sair escoando-se para se gabar. Olha lá o que formei em mim. O amor dos que ficam quietinhos sabendo que podemos mesmo gerar coisas lindas, todos podem, que grande coisa se todos podem. (…)
quarta-feira, 8 de junho de 2011
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