quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Então ele veio me falar em saudade..

E usou os superlativos que eu usava. Veio falar em saudade para mim que o esperei tanto enquanto ele se fechava em círculo como uma serpente que engoliu o próprio rabo; enquanto tecia em torno de si uma teia com fios de aço.
Para esquecê-lo tive que parar de falar em víceras, em hormônios safados, em faíscas nos olhos, em estrelas no céu da boca..
Tive que silenciar até o oco do sentimento, da expectativa. E ele veio, depois de tanto tempo, me falar em saudade.. Não que tivesse sido fria a nossa história: ardia como bola de fogo, mas devastava nossas florestas internas, enquanto eu sonhava com águas litorâneas e uterinas.
(Por diversos dias eu quis tê-lo e não o tive.. hoje eu quero da vida exatamente o que ela tem me dado: mesmo que isso inclua saudade.. e ausência).

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