sábado, 7 de setembro de 2013

Eu nunca fui do tipo decidida, que tem certeza do que quer, essa gente que sabe a profissão desde criança.

Minhas decisões acontecem, mas quando acontecem, são permanentes como se eu soubesse desde os sete anos de idade. Eu gosto de culparmeu signo, ascendente, a lua e todos os astros, uma indecisão e instabilidade que me foram fardadas no alinhamento do sol com a terra, coisas maiores que eu. Talvez por isso eu considere tão importante as raras vezes em que eu tenho certeza de alguma coisa, do que eu sinto, do que eu quero. Poucos entendem e não adiantaria explicar essa viagem astral, mas quando eu falo “Eu quero!”, meu Deus, eu quero de verdade e ninguém tem noção do quanto- nem eu. Afirmação que não se faz da noite pro dia, entende? Não eu, não nos meus dias em corda bamba. Preciso experimentar todas as coisas que eu não quero, pra construir essa certeza. Mas aí é certeza mesmo, tão concreta que pesa. E é por isso que, mesmo com tudo isso, mesmo com esse mapa astral desalinhado, sou muito mais segura da minha vida e bem resolvida do que muita gente pulso firme. Essas pessoas acomodadas em certezas incertas, porque são decididas demais pra se arriscarem em vão. Só que o que é em vão, se tudo vira parte do que eu sou e traça o que eu quero ser? O que é mais em vão do que abrir mão de vida por uma zona de conforto? Eu confesso que não sei lidar quando desconheço aonde eu tô pisando. Mas eu nunca paro de andar e essa é a minha certeza mais sólida. Pode parecer pouco, mas levei a vida inteira pra construir.

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