quinta-feira, 29 de setembro de 2011

E começaria a chorar e quebrar coisas,

vasos, sua tevê nova, essas coisas materiais que não tinham muita importância. Com lágrimas escorrendo sobre seu rosto caiu no chão de joelhos e viu que não tinha mais jeito, ele acabava de descobrir que a pessoa que mais ama e venera era feliz sem ele !

Esquece. Não vou atrás de ninguém. Não mais.

Ontem eu quis desesperadamente a sua companhia lá naquele banco da praça, quis ficar ali com você a noite toda se pudesse. E quando fui embora pensei em te ligar, dizer pra voltar amanhã, vir me fazer sorrir. Mas não. Hoje eu acordei e pensei que seria melhor não, eu não quero me apegar em ninguém, não quero precisar de ninguém. Quero seguir livre, entende? Mesmo que isso me faça falta, alguém pra me prender um pouquinho. Vou me esquivar de todo sentimento bom que eu venha a sentir, não levar nada a sério mesmo. Ficar perto, abraçar de vez enquando, sentir saudade, gostar um pouquinho. Mas amar não, amar nunca, amar não serve pra mim. Prefiro assim!

domingo, 25 de setembro de 2011

Da nossa chuva já nem falo que é fato como fogo e ardências.

Eu digo é do amor que sempre esteve e desabrochou com ela. Das flores que você me trouxe pros dias, numa primavera tão perene que já nem caibo nas estações do tempo, nas definições que pontuam os ventos. Eu sei que teu abraço é meu amparo. Já posso saltar no desconhecido com a inocência de uma criança que nunca foi machucada. Porque quando você ri, a confiança me preenche. Então a vida é sábia. E nós a reinauguramos diariamente.
Agora eu entendo que a poesia não é aquela sedução tosca nascida da insegurança de alguém que um dia soube construir uma única metáfora consistente e passou dias embolado na definição de um verso torto que nunca conseguiu desatar. Não é a tentativa de manter uma história irreal que já se sabe, não renderá. Poesia, é esse seu olhar derretido que me dá vontade de dizer: vem meu amor, vem dormir aqui, no meu melhor abraço.
E entender que nesse momento nada pode ser melhor que isso.
Porque eu mereço o melhor. E você também.

Preciso desesperadamente esquecer-te,

como preciso neste instante de seu abraço.

Alguém me ensina a pensar menos nele?

Alguém me ensina a não repetir centenas de vezes a mesma cena na cabeça? É possível não sentir esses arrepios ao lembrar-me do toque, do cheiro, do beijo dele?

Sim…

eu pensei muitas vezes em correr até onde você está, lhe dá um abraço apertado e logo em seguida, te beijar. Sim… eu correria na chuva para lhe pedir desculpas, falando com sinceridade, eu seria capaz de fugir para ir de encontro ao seus carinhos […] Mas a vida me ensinou, não devo dá tudo de mim à alguém que nunca compreenderá e fará o mesmo por mim.

Me assusta a idéia

de que você poderia encontrar outros alem de mim, e melhores que eu .

Foda é quando estamos morrendo por dentro,

mas as lágrimas insistem em não cair. E assim, ficamos cheios desse vazio que nos corrói e nos mata pouco a pouco.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Se ele só me fez sofrer, se as atitudes dele me irritam,

como posso não parar de pensar nele um segundo sequer? Como esse sentimento que sinto por um alguém tão vazio, pode me encher tanto de sensações e perguntas? Quem nunca amou um idiota que jogue logo um pedregulho.

O pior é que depois de todas as encenações,

todos os choros, os apelos calados, os desejos feitos na tentativa de obter algum êxito… você cansa. Acostuma-se. Ele vai e resolve aparecer, assim do nada, com palavras que ele sabe que de algum modo mexe com os meus sentimentos .

Eu não tenho o direito de achar que meu coração tem 255 cicatrizes

porque o amor é uma faca afiada que corta. Vamos jogar aberto. A culpa é minha. Eu dei meu coração. Eu criei expectativas. Então, a culpa é minha. Minha feia culpa que é minha e de mais ninguém. Minha culpa que me fez olhar a vida e me sentir personagem principal de uma página triste.

Ele não sabe .

que tudo o que eu mais quero é casar e ser mãe de um casalzinho que dança pelado antes do banho.

Ontem ri tanto no jantar, tanto que quase fui feliz de novo.

Ouvi uma piada muito engraçada sobre Loucos. Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa piada para você. E fiquei triste de novo.

Você acha que ele está com alguém?

Não sei, Rayza, eu ainda tô dormindo, posso te ligar mais tarde? Você acha que ele está com alguém? E se estiver, Rayza, quer ir ao cinema mais tarde? Você acha que ele está com alguém? Putz, sei lá, homem sempre tá comendo alguém né? Você acha que ele está com alguém? Rayza, do jeito que ele gostava de você? Claro que não! Chega, chega. Preciso me acalmar. Pra que isso? Se ele estiver com alguém agora, e daí? Terminamos não terminamos? Ele e eu não temos nada a ver, certo? Decidimos que era melhor assim, certo? Eu não tava bem com ele e nem ele comigo, certo? Porque era bom e tal. Aliás, meu Deus, como era bom. Mas não era bom pra ficar junto, certo? Então pronto. Chega. Adulta, adulta. Qual o problema se ele estiver agora, justamente agora, lambendo a virilhazinha de alguma desgraçada? Qual o problema? Ok, eu posso morrer.

sábado, 17 de setembro de 2011

Uma vontade de sair correndo sem me mexer.

Um pavor calmo e, pra quem nada entende de espasmos assustados, até sorridente. Abaixar e abrandar tudo em mim que ainda se debate pra continuar onde estava. Subindo loucos para a minha testa, todos eles. Mas quem são esses eles que sobem pra minha testa? Um mal estar em velar a vida que acabou pra poder continuar. (...) Escuto os outros e enquanto isso acontecer, não vai passar. Preciso me escutar. Mas não tenho nada pra me dizer. Só esse vão dos pensamentos. Só esse intervalo de motivos. Só a soneca merecida do carrasco que mora no centro da minha cabeça. Só o momento alienado das listas. Esse bueiro vazio embaixo da vida. Essa falha da linha embaixo do que se tem a dizer. Esse nada que caio, de vez em quando, e que também não tem nada pra me dizer a não ser que o mistério também faz parte. Assim que eu me sentir mais leve, simplesmente saio dele, sem nada concluir. Não dá pra forçar, levar um choque de voltar pra superfície. Só o que existe é enfrentar esse algo que jamais soa como algo a ser enfrentado .

Não esqueci a tempestade, não esqueci de nada, mas tomei uns analgésicos e a dor, aos pouquinhos, vai passando.

E mesmo que você venha ameaçar meu dia com chuva, hoje vai fazer sol ! E a previsão do tempo de amanhã também é sol, um sol digno de praia. Mas amanhã é amanhã, embora eu saiba que também vou sorrir, vou começar a sorrir logo de hoje, porque a vontade pulsa em mim, anima tudo aqui dentro do meu corpo e eleva minha alma. Eu vou sorrir porque quero! Porque nada do que você faça hoje roubará o meu sorriso de mim.

Eu não mandava no que sentia por você, eu não aceitava,

não queria e, ainda assim, era inundada diariamente por uma vida trezentas vezes maior que a minha. Eu te amava por causa da vida e não por minha causa. E isso era lindo. Você era lindo ..

sábado, 10 de setembro de 2011

Foi então que eu resolvi,

já que não poderia ser a mais gostosa por uma questão de nascimento, nem a mais inteligente por uma questão de preguiça, ser a mais estranha e a mais engraçada. Hoje eu sou assim, estranha e engraçada. Falo besteira o dia todo, faço todo mundo rir, imito os outros, uso roupas estranhas, tenho estranhas constatações a respeito da vida. Faço caretas ridículas, posso deixar de ser fina num segundo se falar escatologias ou falar putarias for divertir uma mesa qualquer de amigos.Mas de verdade eu só queria que alguém falasse para mim: ei, você é bonita, para de se expor tanto, pode ficar quietinha, pode fechar o decote, pode parar com esse riso nervoso, tô reparando em você, você é bonita. Traumas de adolescência são uma merda .

Engraçado mesmo é como eu mudei depois dele,

sempre disse que ele tinha me ensinado a ser melhor, mais doce, mais simpática, mais feliz, mas ele levou embora tudo que ele trouxe pra minha vida e um pouco mais... e eu nem consigo sentir raiva .

Ei, seu velho,

será que você pode me abraçar como se estivéssemos caindo de uma ponte porque eu estou aqui sem chão com sua presença ?

E quando você dorme quietinho assim,

eu sei que, apesar de eu não abalar sua vida em nada, você precisa de mim. Você não sabe como isso é infinitamente melhor do que acordar com essa ressaca de coisas erradas e vazias .

E ele me olhando de longe.

Ah, se ela tivesse agido assim. Tão normal, tão simpática, tão leve, tão boa companhia. Ao invés daqueles surtos de ciúme, daquelas cobranças por mais intensidade, daquela necessidade em acordar de madrugada com medo da vida, daquela arrogância pra cima de mim e dos meus amigos. Se ela tivesse confiado assim no taco dela.

Por que você não pode ficar sozinho, sem a Yoko ?

Eu posso, mas não quero. Não existe razão no mundo porque eu devesse ficar sem ela. Não existe nada mais importante do que o nosso relacionamento, nada. E nós curtimos estar juntos o tempo todo. Nós dois poderíamos sobreviver separados, mas pra quê? Eu não vou sacrificar o amor, o verdadeiro amor, por nenhuma piranha, nenhum amigo e nenhum negócio, porque no fim você acaba ficando sozinho à noite.Nenhum de nós quer isto, e não adianta encher a cama de transa, isso não funciona. Eu não quero ser um libertino. É como eu digo na música, eu já passei por tudo isso, e nada funciona melhor do que ter alguém que você ame te abraçando .

Nunca disseram adeus, nem até mais, nem qualquer outra coisa que desse possibilidade de um fim ou de um próximo encontro.

Terminavam as conversas com beijos, quando mais frios com abraços. Talvez ele a ame. Talvez ela quisesse saber disso. Por causa da mudez das emoções que sentiam, eles não sabiam que destino davam a si. O bonito deles é a coisa mais simples em suas histórias: de alguma forma silenciosa e cheia de esperança, eles esperavam um pelo outro, embora nenhum pedido tenha sido feito.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Então ele veio me falar em saudade..

E usou os superlativos que eu usava. Veio falar em saudade para mim que o esperei tanto enquanto ele se fechava em círculo como uma serpente que engoliu o próprio rabo; enquanto tecia em torno de si uma teia com fios de aço.
Para esquecê-lo tive que parar de falar em víceras, em hormônios safados, em faíscas nos olhos, em estrelas no céu da boca..
Tive que silenciar até o oco do sentimento, da expectativa. E ele veio, depois de tanto tempo, me falar em saudade.. Não que tivesse sido fria a nossa história: ardia como bola de fogo, mas devastava nossas florestas internas, enquanto eu sonhava com águas litorâneas e uterinas.
(Por diversos dias eu quis tê-lo e não o tive.. hoje eu quero da vida exatamente o que ela tem me dado: mesmo que isso inclua saudade.. e ausência).

Sorriu como se aquilo lhe bastasse.

E talvez, realmente tenha sido o suficiente. Porque em dias como estes, a sinceridade acoplada n’um olhar chega a ser desumano. Diante de tanta hipocrisia, de tanta mentira e de tamanha irreverência aos sentimentos, sentir é um privilégio para poucos. E estes poucos, ao meu ver, se tornam tudo.

Fomos embora do lugar em que estávamos.

Fomos embora juntos da nossa história. Quando fechei a porta do carro, deixei no banco vazio o casaco de desejos que ele, friamente, teceu pra mim. Saí quase nua, embrulhada apenas em algumas palavras balbuciadas com desinteresse. Tive que ir embora antes de ter tempo de mudar a expressão do rosto, embora eu estivesse completamente disposta a ser surpreendida. E o que parecia ter muita luz, escureceu com sua sombra um dia inteirinho de sol e céu azul bem no início do outono.
Era domingo. Era dia anoitecido. Era só mais um adeus. (…)

Sentei-me ao chão com as minhas insatisfações.

Procurei um baú antigo, nos guardados da casa, pra ver se me trazia de volta uma lista de possibilidades. Fraquejei no momento em que um retrato teu me veio à mente. Mas fechei os olhos com força, até que a imagem se esfumaçasse, e jurei pra mim mesma que não haveria de ser com você, não mais. Porque pra mim, amor que fere não me acrescenta em nada. O que me faz infeliz, eu descarto na hora .

Você reclamava que eu não dizia seu nome e isso era só porque eu o estava dizendo o tempo todo.

Meu cérebro martelava o som das suas referências e imprimia tanto você que eu precisava falar de mim daquele jeito pra tentar existir além do que eu me tornava. Você era tudo quando reclamava que eu andava estranha ao telefone, sem dar importância. Quando eu não parecia te ouvir, eu estava ouvindo suas milhares de vozes e tentando dar conta de gostar de tanta gente diferente que era gostar de você .

Milhares de pessoas nascem e morrem,

milhares de relacionamentos começam e terminam, um objeto que quebra, a garrafa de café quase vazia, uma amizade de anos que já nao era a mesma.. Tudo, do simples ao inabalável, tudo chega ao fim. E há milhares de finais acontecendo todo dia.

Os sentimentos são sempre uma surpresa.

Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho ... o de mais nada fazer.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

A verdade é que quando você volta, eu mando você ir embora de novo.

E quando você vai embora, eu quero que você volte mais uma vez. É que quando você volta, eu me lembro que as coisas nunca vão ser do jeito que eu queria, e aí eu tenho certeza que se for assim eu fico melhor sozinha. E quando você vai embora de novo, eu me lembro que eu prefiro te ter pelo menos por perto do que não te ter de qualquer jeito.

sábado, 3 de setembro de 2011

'Talvez a gente esteja no mundo para procurar o amor,

encontrá-lo e perdê-lo, muitas e muitas vezes. Nascemos de novo a cada amor e, a cada amor que termina, abre-se uma ferida. Estou cheia de orgulhosas cicatrizes.'

Eu interpreto que o amor não passa de um cachorro louco,

dando voltas, correndo atrás do rabo, babando doente de raiva. Você é meu eterno agosto, rapaz. Louco e amargo .

Só que agora você deve estar, sei lá, pegando uma outra garota pra levar ao cinema.

E tudo bem por mim, sério mesmo. Sei bem que você sabe que a tal não merece mais que uns pacotes de pipoca, restaurante, beijos no carro. Posso imaginar como ela vai dizer, sei lá, me liga. E você vai responder com seu velho e irritante a-hã. Sabendo que não vai ligar. Não porque é um cara ruim, mas pela recorrente sensação de que acabou de largar em casa um quebra-cabeças de três mil peças que, olhando o modelo na caixa, talvez até valha o trabalho de montar. Mas, poxa vida, são três mil peças. E você detesta montar coisas .

Uma coisa ruim me faz te abraçar forte.

Aí eu entendo quando as pessoas dizem que amando a gente abraça o mundo, porque, pelo menos aqui e agora, meu mundo inteiro é você.

Quero você aqui,

no meio das minhas coisas, meus livros, discos, filmes, minhas ideias, manias, suspiros, recortes. Respirando o mesmo ar e todas coisas que alimentam àquela nossa, tua, minha inesgotável saudade. Entra, não pergunte se pode ficar. Vem e fica. Vai e volta.

Eu que daqui tento me esquivar de lembranças,

sei muito bem que nada foi suficientemente irreal a ponto de ser esquecido em semanas. Bem sei o quanto dói, o quanto te dói. Dói em mim também, e muito. Eu só me faço de forte, é só uma máscara meu bem. Vivo me apegando em todos os vestígios de novidades que encontro só para ter algo em que pensar, com o que me ocupar. Mente vazia, como dizem por aí, é bem perigosa. A minha então, costuma ficar fazendo trilha por onde não deve, principalmente por lugares que já passou. Deixa assim, melhor assim. Deixa que o tempo trata de arrumar, de acalmar, de melhorar. Me deixa aqui, eu me viro. Mesmo que de um lado para o outro tentando espantar pensamentos, mas eu me viro. Sempre me virei. Uma hora a gente consegue ficar melhor, o tempo não falha, te garanto.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Mesmo eu lutando pra não pensar nele, eu não lutava pra esquecê-lo.

Eu tive medo que – tarde da noite, quando a exaustão pela falta de sono quebrasse minhas defesas - eu acabasse me dando por vencida. Eu tive medo que minha mente fosse como uma peneira, e que algum dia eu não lembrasse mais a cor exata dos seus olhos, a sensação do toque da pele fria ou da textura da voz dele.

Alguém entra na sua vida, rouba seu tempo,

destrói sua confiança, agride sua auto-estima, estilhaça o pouco que resta da sua esperança no amor. E sai ileso. Não adianta desperdiçar sofrimento por quem não merece. É como escrever poemas em papel higiênico e limpar o cu com os sentimentos mais nobres.

Porque a vida segue.

Mas o que foi bonito fica com toda a força. Mesmo que a gente tente apagar com outras coisas bonitas ou leves, certos momentos nem o tempo apaga. E a gente lembra. E já não dói mais. Mas dá saudade. Uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a cabeça insiste em trazer a tona, o que o coração vive tentando deixar pra trás.

Eu não gosto mais dele.

Mas aí, eu faço questão de pensar nele e falar dele todos os dias.
Só pra não perder o costume ...
Só pra ter em quem pensar ...
Depois te tantos anos fazendo isso, é quase rotina. E eu odeio sair da rotina .

De todas as coisas que ouvi falarem sobre o amor,

nenhuma admitia meia entrega. Ninguém meio que ama, ninguém meio que se entrega. Amar é desfazer-se de si, de fato.

E eu, no fundo, te perdoava, te entendia, te amava cada vez mais.

Você me mandou embora da sua casa, do seu carro, da sua vida, da memória do seu computador, do seu celular e do seu coração. Você me deletou. E eu fiquei quietinha, te esperando, rezando pra você ver que amor maior não tem .

Lá estou eu em mais uma mesa com risos pela metade.

Olho pro lado e sinto uma saudade imensa, doída, desesperançada e até cínica. Saudade de alguma coisa ou de alguém, não sei. Talvez de mim, de algum amor verdadeiro que durou um segundo... Meus amigos me adoram. Mas será que eles sabem que se eu estou morrendo de rir agora, mas daqui a pouco vou morrer de chorar? E isso 24 horas. E eu, mais uma vez, olho para o lado morrendo de saudade dessa coisa que eu não sei o que é. Dessa coisa que talvez seja amor. Odeio todos os amores baratos, curtos e não amores que eu inventei só para pular uma semana sem dor. A cada semana sem dor que eu pulo, pareço acumular uma vida de dor. Preciso parar, preciso esperar. Mas a solidão dói e eu sigo inventando personagens. Odeio minha fraqueza em me enganar. Eu invento amor, sim e dói admitir isso. Mas é que não aguento mais não dar um rosto para a minha saudade. É tudo pela metade, ao menos a minha fantasia é por inteiro.. enquanto dura. No final bruto, seco e silencioso é sempre isso mesmo, eu aqui meio querendo chorar, meio querendo mentir sobre a vida até acreditar. E aí eu deito e penso em coisas bonitinhas. E quando vou ver, já dormi.