quinta-feira, 30 de junho de 2011

Ele está exatamente no mesmo lugar que eu agora,

pensando as mesmas coisas, com preguiça de ir nos mesmos lugares furados e ver gente boba, com a mesma dúvida entre arriscar mais uma vez e voltar pra casa vazio ou continuar embaixo do edredom lendo mais algumas páginas do seu mundo perfeito. A verdade é que as pessoas de verdade estão em casa. Não é triste pensar que quanto mais interessante uma pessoa é, menor a chance de você vê-la andando por aí?

Descobri a verdade mais terrível da minha vida:

eu sou escrota porque tenho mãe. Se você me visse, visse a pose com que ando pelas ruas, com que brigo em lojas que me atendem mal, com que exijo silêncio da minha vizinha, com que meto meu carro em cima de gente folgada, com que grito com telemarketings, com que dispenso garotos burros. Você diria: aí vai uma menina corajosa, destemida e meio escrota. Talvez muito escrota. Não estou nem aí. No final das contas, minha mãe divide comigo o ódio que sinto de tudo o que dá errado na vida. De tudo o que é chato. Ela escreve cartas inteligentes metendo o pau na minha vizinha e entrega para o síndico, ela corta manga e melão pra mim e manda para a minha casa, pela minha empregada. Ela dá risada e concorda: não tem mesmo homem a sua altura, minha filhinha.

Beber e fumar, e beber, e fazer sexo sem amor, e beber e fumar e dançar .

chegar tarde e envelhecer e não sentir nada? Sabe Zé, no começo doeu não sentir nada. Mas eu consegui. Eu não sinto nada.

Tenho vontade de te chamar de idiota .

Porque é isso que você é. Tá me perdendo e não percebeu ainda . Tá esperando legenda? Eu choro, respiro, tenho medo mas isso não faz a mínima diferença pra você. Mas eu insisto em nós e vim aqui te pedir cuidado. Não me deixa ir embora, isso é quase uma súplica.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Eu te amo e só.

só isso que você precisa saber. Uma única expressão, mas resume uma tonelada de sentimentos e turbulências dentro de mim. Como as noites que me deito mais cedo, mas durmo tarde porque fico horas pensando em você, como ás vezes que juro pra mim mesmo que não dependo de você e minutos depois já estou te procurando em coisas mínimas pra saciar esse desejo dominante de você. Talvez eu saiba que não vou te encontrar, mas te procuro, porque te procurar ameniza a angústia da sua ausência. E te encontro nunca no amargo, mas sempre no doce, no belo. E te desejo, e te quero, e te acrescento cada vez mais na minha vida. Porque o teu sorriso é a minha perdição e minha calmaria, é quando me esqueço pra lembrar de você. E eu não sei por que você insiste em me dominar assim, eu que um dia cheguei a dominar tanta gente ou sonhei em dominar, hoje fico presa diante de um único olhar. Sem por que, sem pra quê, só por você.

Amor é ..

quando você sabe tintim por tintim as razões que impedem o seu relacionamento de dar certo, é quando você tem certeza de que seriam muito infelizes juntos, é quando você não tem a menor esperança de um milagre acontecer, e essa sensatez toda não impede de fazê-lo chorar escondido quando ouve uma música careta que lembra os seus 14 anos, quando você acreditava em milagres .

Por mais elegante, chique e bem comportada, que uma mulher seja, ela vai se descabelar toda por causa de um vagabundo.

É, ela vai descer do salto quando tiver ciúmes, vai chorar litros de lágrimas quando brigar com ele, vai dizer palavrões, coisas bizarras, mandá-lo para onde o sol não bate. É assim mesmo. Sempre irá haver uma sofisticada dama que morrerá de amores por um belo vagabundo.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Tenho vontade de me fazer feridas porque parece mais fácil cuidar de um machucado externo e curável.

(...) nunca vão ter de mim esse amor tão puro, tão absurdo e tão sem fim que eu tinha por você.

É, eu TE AMO e não canso de dizer isso ,

não canso de contar os segundos, de te esperar. Não canso e nunca vou cansar de te amar.

Dez anos depois recebo uma ligação estranha,

a mesma voz de sempre, as mesmas lacunas que eu, sempre nervosa, nunca soube preencher. A bola de fogo ainda estava dentro de mim, minhas pernas ainda podiam fraquejar, minha boca ainda secava, eu ainda guardava em mim os restos corajosos e puros do primeiro, e sempre maior, amor.

Não me drogo ;

Não contamino; Não cobiço; Não invejo; Não odeio; Não traio; Só rosno para quem me ameaça e, sobretudo, não dependo só de bens materiais para ser feliz .

sábado, 25 de junho de 2011

Confesso que me dá uma saudade irracional de você.

E tenho vontade de voltar atrás, de ligar, de te dizer mil coisas, e cair em suas mãos, sem me importar com nada, simplesmente entregar-te meu coração. Mas não, renuncio, me controlo e digo para mim mesmo que não é assim, que não pode ser, que você se foi, e não volta .'

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Dizem que a gente tem o que precisa.

Não o que a gente quer. Tudo bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais paz. Mais saúde.Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você. Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca. Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais."

Esse frio

faz a gente ter saudade de cada coisa besta ."


Olha,

você tem todas as coisas
Que um dia eu sonhei pra mim
A cabeça cheia de problemas
Não me importo, eu gosto mesmo assim ♪

Erasmo Carlos e Chico Buarque

domingo, 19 de junho de 2011

É madrugada e a casa ainda grita.

Os finais de semana viraram dias longos pra mim. Tão cheios de vontade de dormir sem sono. Tão cheios de fugas e tentativas de alegrias frustradas. Ninguém tenta entender minha distância necessária, nem colabora com a minha necessidade de sumir. Posso exigir isso de alguém?
Quem sou eu pra contradizer a literatura e tentar me livrar do que eu conquisto? Eternamente responsável… Talvez meu problema seja esse: assumir mais responsabilidade do que eu me sinto capaz de cuidar.
Eu não sei onde foi que me perdi. Sei que faz tempo e faz mal. Sei das noites que a sensação de ausência me manteve desperta e sem vontade de qualquer coisa. Eu me criei vazia e não soube preencher. Mas sinto que ainda necessitando de distância e tempo pra pensar sozinha, eu quero mesmo é alguém que me faça mudar completamente de opinião. Que faça meu corpo querer companhia nos momentos em que minha mente insiste pela solidão. Que faça meu coração lutar contra minha razão que tanto toma conta de mim sem saber se é isso mesmo que eu quero. Se nem eu sei o que quero.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Ela o amava. Ele a amava também.

E ainda, que essa coisa, o amor, fosse complicada demais para compreender e detalhar nas maneiras tortuosas como acontece, naquele momento em que acontecia dentro do sonho, era simples. Boa, fácil, assim era. Ela gostava de estar com ele, ele gostava de estar com ela. Isso era tudo.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

E no dia que a gente conversou pela primeira vez,

por mais bobo e cotidiano que fosse o assunto, consegui ser natural. Perdi a ordem das pernas ao ir embora, mas você nem ficou sabendo desse detalhe. Foi um diálogo tão importante pra mim e você jamais saberá. Eu guardo pra mim toda a profundidade que eu queria dividir com você .

É engraçado ouvir “Eu preciso dizer que te amo” e não sentir nada.

Eu sei, faz quase dois anos, mas a música ainda mexia comigo.
(…) Eu ainda lembro do dia que eu te apresentei essa musica como quem não quer nada (querendo que você me quisesse) e mal conseguia olhar pra você até que os acordes terminassem.
Isso é tão passado. Tão colegial. Tão vazio, tão nada …
Você não sabe como é bom me ver livre de você. Não me leve a mal, você até que é uma pessoa bacana, mas gostar de você foi a grande perda de tempo da minha vida.
A parte legal disso tudo é me arrumar pra te ver, mas por pura diversão, sem o sofrimento das expectativas imbecis que eu inevitavelmente criava. É sentar na calçada em frente da minha casa de chinelo e bermudão só pra pensar; e pensar ‘foda-se’, porque ninguém mais pensa por mim.
Melhor assim, em forma de texto do que em pensamento proibido. Melhor no passado gracinha do que me atormentando por mais tempo. E hoje eu definitivamente sei, eu não sinto nada - porque [finalmente] não há mais nada.

O mundo me prefere com dois braços e duas pernas, mas não sei mais ser humana.

Sorrir cansa. Chorar cansa. Mas o que mais cansa é procurar desesperadamente um intermediário e esquecer que o mundo é mais que aparências.
Eu sou volúvel. Grande surpresa. Mas ser volúvel também cansa. Porque ninguém leva a sério alguém que passa a semana chorando pra ficar bem na semana seguinte. Como se fosse preciso ser feliz pra sempre ou triste pra sempre pra ser alguma coisa de verdade.
Não quero mais a realidade comum. Isso é o que mais cansa, pra ser bem sincera. Tenho até arrepios de pensar num futuro escrito e óbvio nas prateleiras de gente sem sal. Só de saber o que vai ser de mim, já quero ser outra coisa. Uma coisa nova e diferente, pra quebrar o que é certo.
Eu ando tão cansada de seguir as regras. Ando tentando mudar as regras. Eu sei que o que acomoda não é fácil de mudar, mas alguém um dia tem que dizer chega, né? Pras coisas mudarem, o mundo girar. Tanta engrenagem e tão pouco suor.
Só sei que ando dedicando meus dias pra gente que nem sabe que eu existo. Vou fazer minha faculdade, conseguir meu diploma. Vou fazer o que for preciso pra nunca mais precisar fazer nada. E passar o resto da minha vida fingindo que acredito na minha liberdade.

Quando alguém encontra seu caminho precisa ter coragem suficiente para dar passos errados.

As decepções, as derrotas, o desânimo são ferramentas que Deus utiliza para mostrar a estrada.”

domingo, 12 de junho de 2011

FELIZ DIA DOS NAMORADOS ♥




O que tem por trás desse sorriso
Que me deixa fissurado em você
É um misto de desejo e vício
Já tentei, mas não consigo entender
Toda vez que eu te encontro
Sinto os pés fora do chão
Toda vez que eu te olho
Não consigo te dizer não
Por mais que eu queira
Não consigo mais pensar em nada
Quando eu notei, já era amor
Eu não imaginava
Que eu fosse querer
Era você
Pra que entender
Eu tô amando você ♪
Jorge e Matheus

Meeu momô , que saudade de você , queria poder te dizer as melhores coisas ou talvez as palavras mais bonitas . mais eu sei qe não precisa , nosso amor vem se mostrando cada dia mais forte , sei qe a saudade tá doendo tanto , mais tudo vai passar logo . eu te quero aqui perto de mim logo . te amo muuito

FELIZ DIA DOS NAMORADOS BLOGUEIRAS . :*

sábado, 11 de junho de 2011

Talvez eu nunca entenda o real sentido das borboletas no estômago, da boca seca e joelhos frágeis.

Ou talvez nunca seja a palavra mais ridícula do dicionário; e eu sei do poder que as palavras exercem sobre mim.
A verdade é que sempre me esquivei de qualquer pequena possibilidade. Sempre tive medo de gostar e ser deixada. Porque veja bem, de primeiras impressões o mundo está cheio. E logo meu primeiro coraçãozinho na agenda, ficou partido quando menos se esperava. Eu tive todos os motivos pra acreditar num sentimento que logo se foi; e foi sem me levar.
Cansei de ouvir que eu não me deixo levar, que eu não me abro e não dou espaço. Disso eu sei. Eu só queria ter aprendido no colégio como mudar os defeitos que vêm na fabricação. Minha frieza de visão só me faz ver defeitos e faltas. (…) Se ao menos eu pudesse ter a certeza de que isso um dia vai mudar…
Sinto falta e medo. (…) Quero o frio na barriga, a emoção de primeiros encontros. Quero escrever mais que palavras de desculpas, textos sobres finais sem final; quero mais que arrumar coragem pra terminar. Quero coragem pra começar.

A estranha agora deu de não comer.

A estranha dá de chorar de bobeira e eu pago o mico. A estranha se descontrola: ora fala demais sem nenhum argumento, ora emudece um turbilhão de idéias.
Quero acordar cedo, quero praticar um exercício, quero tomar café sem pressa. A estranha só quer saber de sonhar, dorme até tarde. Dorme pesado de peso de amar. Amar dá sono porque gasta os sentidos.
A estranha quer me atrapalhar, não quer que eu escreva esse texto e eu acabo escrevendo tudo truncado e bobo. Ela só quer que eu sinta, que eu pense, que eu respire, que eu disque aqueles números mais uma vez, mais uma vez, mais uma vez.
Ei safada, saia de dentro de mim, preciso trabalhar, preciso respirar, preciso comer, preciso levar minha vida. Minha vida, entendeu ?
Quem te colocou aí? Quem disse que você manda em mim?
A estranha é tão forte, tão grande.
Eu sou fraca e tenho a nítida e desesperadora sensação de ser mera platéia de missa: estou de joelhos.
Que graça foi ver nesse homem?
O mais estranho da estranha é essa felicidade plena em que vivo. Esse estado de graça. A estranha encheu meu estômago de borboletas coloridas. Encheu de suspiros a minha alma. Me encheu de rendição.
É uma dessas alegrias de dar pulinhos e de murmurar alegria no semblante mais sério. É uma dessas alegrias tão abençoadas por Deus que Ele é quase cúmplice de esporádicas baixarias e mentiras.
É uma dessas alegrias desconfortáveis mas que tem cara de cama quente e travesseiro fofo.
Estranha, pra que tanto se depois acaba, mais uma vez, como tudo?
Ela nem me liga, ela dança linda e vermelha no meu tórax. Eu perco o ar.. formigando cada parte do meu corpo..
Não sou uma massa desfigurada! Sou uma mulher inteira, charmosa, inteligente, sarcástica, irônica e segura. Eu arraso corações! Não preciso de ninguém! Saia daqui !
Ela apenas me sorri irônica e por piedade aquieta-se alguns segundos. Depois, eu mesma não agüento e a procuro: estranha por estranha, negar uma paixão é muito mais louco do que aceitá-la dentro da gente.

Se por acaso eu morrer do coração, é sinal que amei demais.

Mas enquanto estou viva, cheia de graça … Talvez ainda faça um monte de gente feliz !

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Ontem tomei um táxi ,

e me distraí tanto olhando pela janela que no meio do caminho estendi a mão para o banco vazio do lado querendo pegar tua mão. Tô com saudade.

Ninguém quer só ajudar .

As pessoas querem provocar, foder, maltratar, ensinar, desistir, recuperar, judiar, apertar, trair, enjoar, odiar, rasgar, largar, trocar, mudar, se ajudar. As pessoas querem, sobretudo, alguém que seja forte o suficiente pra transformar o sadismo do amor em perdão. Mas ela não sabia perdoar isso, ainda. Ainda que perdoasse sempre que conseguisse mandar embora. Então, agora, podia. Mas queria, um dia, amansar o amor que só é com o ódio de mil anos, queria sentir o amor que pode se esquecer um pouco do que é. O amor menor. Sentir o amor que não te sacode de horizontes confortáveis e fazem vomitar cada órgão. A inundação interna aterrando tudo. Quem é que dorme? Os burros. Pois então eu queria o amor dos burros. Amar como um pastel e só por isso, poder dizer “ah, durou coisa aí de uns quatro, cinco anos”. Queria sentir o amor que dorme ao lado, come, faz piada de banheiro. O amor menor. Dos casaizinhos que viajam para quartos pequenos de pousadas vagabundas e dividem cheiros de bosta em meio a declarações de uma vida inteira. O amor sem a arrogância do amor. Sem retirar o diamante que forma no fígado e sair escoando-se para se gabar. Olha lá o que formei em mim. O amor dos que ficam quietinhos sabendo que podemos mesmo gerar coisas lindas, todos podem, que grande coisa se todos podem. (…)

Ontem por incrível que pareça todos os lugares que pisei eu te procurei.

(…) Fiquei feliz em poder sentir tua falta, - a falta mostra o quão necessitamos de algo/alguém. É assim o nosso ciclo. Eu te preciso. Perto, longe, tanto faz. Preciso saber que tu está bem, se respira, se comeu ou tomou banho - com o calor que está fazendo neste verão, tome pelo menos uns três ao dia, e pense em mim, estou com calor também. Me faz bem pensar nessas atividades corriqueiras, que supostamente você está fazendo. Ah, e eu estou te esperando, com meu vestido curto, óculos escuros grandes e meu coração pulsando forte, e te abraçar até sentir o mundo girar apenas para nós. É, eu gosto muito de ti .

MUITO MEU MOMENTO

Então vocês vão se distanciando e quando vocês se encontram, vocês vão falar assim:

oi, tudo bom e tal, como é que vão as coisas ? E aí ele vai te falar por cima de tudo o que ele viveu e, não sei, vai ser uma proximidade distante. Não adianta, no momento que as pessoas se afastam elas estão irremediavelmente perdidas uma pra outra .

sinto a ausênica dele .

Por onde quer que eu olhe . É como se um grande buraco tivesse sido aberto no meu peito .

Lua Nova

sábado, 4 de junho de 2011

Morrer é ridículo.

Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário, têm planos pra semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no carro e no meio da tarde: MORRE. Como assim? E os e-mails que você ainda não abriu? O livro que ficou pela metade? O telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente? Não sei de onde tiraram esta idéia: MORRER. A troco de que? Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não serviram pra nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego, mas não desistiu. Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer da vida, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida,mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente. De uma hora pra outra, tudo isso termina, numa colisão na freeway, numa artéria entupida, num disparo feito por um deliquente que gostou do seu tênis. Qual é? Morrer é um chiste. Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida. Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas também algumas contas. Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas, a apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira. Logo você, que sempre dizia: “das minhas coisas cuido eu”. Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce, caminha por uma rua e talvez não chegue à próxima esquina, começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer. Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas e mulheres magras e morre num sábado de manhã. Faz check-up regulares e não tem vícios, porém, morre do mesmo jeito! Isso é pra ser levado a sério? Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode ser bem-vindo. Já não há mesmo muito a fazer, o corpo não acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há quase nada guardado nas gavetas. Ok, hora de descansar em paz. Mas antes de viver tudo? Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas. Morrer é um EXAGERO. E, como se sabe, o exagero é a matéria prima das piadas. Só que esta não tem graça. Por isso viva tudo que há para viver. Não se apegue as coisas pequenas e inúteis da vida. Perdoe sempre !

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Eu não sirvo pra ele,ele já me trocou por outra menos complicada.

Odeio todas as minhas pílulas, odeio todos os amores baratos, curtos e não amores que eu inventei só para pular uma semana sem dor. A cada semana sem dor que eu pulo, pareço acumular uma vida de dor. Preciso parar, preciso esperar. Mas a solidão dói e eu sigo inventando personagens. Odeio minha fraqueza em me enganar e mais ainda a dor que vem depois dos dias entorpecidos. Eu invento amor, sim. E dói admitir isso (…) É tudo pela metade. Ao menos a minha fantasia é por inteiro. Enquanto dura. No final bruto, seco e silencioso da melhor festa do mundo que nem começou, é sempre isso mesmo. Eu aqui comendo meu sucrilhos na frente dessa merda de PC ouvindo música triste meio querendo chorar, meio querendo mentir sobre a vida até acreditar. Aí eu limpo a maquiagem e percebo que não faz o menor sentido ser uma criança chorona preocupada. Aí eu me acho louca. E aí eu deito pra dormir e penso em sacanagem, mas também penso em coisas bonitinhas. E eu rezo pedindo a Deus que não espere mais eu ser legal para ser legal comigo, porque eu to esperando ele ser legal comigo para ser legal. Aí eu penso que ele já é legal comigo e que, talvez, eu já seja legal com ele. E que tá tudo bem. Mas se eu penso que tá tudo bem nesse segundo, isso só significa que vou pensar o oposto no segundo seguinte. (…) E quando vou ver, já dormi. Sozinha.

Lembro-me que uma das últimas coisas que falei a ele, não foram frases de amor.

Lembro que amoldiçoei o dia que ele entrou na minha vida, quando na verdade queria dizer que a minha vida teria sido uma maldição se ele não tivesse entrando nela !

Ainda que eu esteja numa fase bacana e sem nós no peito ,

(o que por um lado é ruim pois a paz sempre me dá alguns quilinhos a mais e alguns textos a menos), resolvi embarcar num momento nostalgia. (…)
Me faz bem lembrar que você nunca, nunca, nunca se alterava. Trouxesse o garçom o pedido errado pela terceira vez ou fizesse um playboy qualquer uma tremenda barbeiragem em cima do seu carro. Você nunca estragava nossas noites. Eram tão raros os nossos momentos, você dizia, que eram para ser sempre bons. E de fato sempre eram.
Eu tenho saudade de mil coisas e todas essas mil coisas sempre caem na mesma única coisa de que eu tenho tanta saudade: sua leveza. Você me dizia que jamais iria me cobrar leveza, pois me amava intensa. E me pedia que fizesse exatamente o mesmo, ainda que ao contrário, por você. E eu não obedecia nunca, afinal, pessoas intensas não obedecem.
E assim nós seguimos, por alguns bons anos entrecortados, sendo tão parecidos ainda que tão atraídos mutuamente pelos nossos opostos. A gente era parecido principalmente porque topava as coisas mais malucas como, por exemplo, brincar que tinha acabado de se conhecer numa festa, ainda que tivesse ido junto para a festa. E por horas ficávamos nessa bobeira e nenhum dos dois ria. Até que alguém pedia, cansado, “já pode voltar ao normal..?”
Eu tenho saudades de tudo. Da gente acordar sua vizinha de tanto rir de coisas bestas, do seu carro sempre bagunçado, da paciência que você tinha (…), da mania que você tinha de arrumar minhas roupas em cima da cama enquanto eu tomava banho e de quando você apertava os ossinhos das minhas costas no escuro e falava, baixinho: “ai, como essa menina gosta de fazer drama!”.
Não é um sentimento egoísta e muito menos possessivo. É apenas uma saudadezinha. Gostosa, tranqüila, bonita, saudável, de longe. E, quem diria: leve.

Como diria Milan Kundera “o amor começa por uma metáfora.

Ou melhor: o amor começa no instante em que uma mulher se inscreve com uma palavra em nossa memória poética”. Como diria João Guimarães “o que é doideira às vezes pode ser a razão mais certa e de mais juízo”. Como diria ou gritaria ou uivaria Robert Plant “Com apenas uma palavra ela consegue o que veio buscar.
 E ela está comprando uma escadaria para o paraíso”. As coisas são como são. Na hora certa. E foda-se.

Eu disse: a lua está tão bonita que dói por dentro.

Ele não entendeu. É tudo tão bonito que me dói e pesa. (…)
Não sei, não quero pensar. Neste espaço branco de madrugada e lua cheia, preciso falar, e mais do que falar, preciso dizer. Mas as palavras não dizem tudo, não dizem nada.

É esse gelo por dentro que eu não consigo entender .

Você se doou tanto quando eu não pedia, e no momento em que pela primeira vez pedi, você negou, você fugiu. É esse seu bloqueio de aço encouraçando o silêncio, eu não consigo entender.

Temo que seja outra vez aquela coisa piedosa, faminta, as pequenas-esperanças,

mas quando desvio meu olho do teu, dentro de mim guardo sempre teu rosto e sei que por escolha impossível recuar para não ir até o fim e o fundo disso que nunca vivi antes e talvez tenha inventado apenas para me distrair nesses dias onde aparentemente nada acontece ..

Quando eu fui para a escola, me perguntaram o que eu queria ser quando crescesse.

Eu escrevi “FELIZ”. Eles me disseram que eu não entendi a pergunta, e eu lhes disse que eles não entendiam a vida .